O setor cervejeiro está a recuperar, mas ainda não atinge os níveis pré‑pandemia
A associação Cerveceros de España publicou o seu relatório socioeconómico do setor, no qual analisa os dados do exercício de 2021. Embora neste último ano a indústria tenha percebido os primeiros sinais de recuperação, os números ainda estão longe dos níveis pré‑pandemia. O encarecimento da energia e a escassez de matérias‑primas continuam a asfixiar os produtores.
Durante o último ano letivo, o consumo de cerveja em Espanha atingiu os 40 milhões de hectolitros. Embora seja 1,3 milhões inferior a 2019, continua a ser o segundo maior consumo da última década. Em termos individuais, isto representa 50 litros per capita. Neste âmbito, cabe destacar que os jovens entre 18 e 24 anos são menos cervejeiros do que a média da população.

Quanto às vendas, superaram os 36 milhões de hectolitros. Ou seja: um milhão e meio a menos que em 2019. Assim como aconteceu em 2020, os bons níveis de venda no canal alimentar não compensam os números baixos na hotelaria, gerados pelas limitações de horário nos primeiros meses do ano e pelas restrições à mobilidade impostas pelas comunidades autônomas para conter os contágios de Covid‑19. Da mesma forma, a lata continua como a principal embalagem, ao passo que o barril experimenta uma ligeira alta em detrimento do vidro.
Quanto à produção, ultrapassou os 38 milhões de hectolitros. Ainda 1,4 milhões de hectolitros a menos que em 2019. Isto converte a Espanha no terceiro maior produtor da Europa, apenas atrás da Alemanha e da Polónia, e no décimo a nível mundial. Da produção nacional, três grandes grupos fabricam 83% da cerveja em Espanha: Mahou San Miguel, Grupo Damm e Heineken. Enquanto as microcervejarias representam apenas 0,13%. Destas, 77% da cerveja é elaborada por 17% dos produtores. Não é uma quota homogénea.

Por sua vez, as exportações continuaram aumentando até atingir 3,6 milhões de hectolitros. Isso é quatro vezes superior aos números de 2010. Enquanto isso, as importações chegaram a cinco milhões e meio, sendo Bélgica, França e Portugal as principais origens.
Em termos econômicos, o setor representa 10.000 empregos diretos e gera 400.000 de forma indireta ao longo da cadeia de valor, sobretudo na hotelaria. Segundo o INE, o volume de negócios do setor representa 23% do total de bebidas em nosso país e 4% da indústria de alimentação como um todo, com mais de 3,8 bilhões de euros. Por sua vez, a indústria cervejeira contribuiu com mais de 5,8 bilhões de euros ao Estado em forma de impostos no último ano.
