Cervejas aromatizadas, são todas iguais?
A maioria de nós já tomou cervejas “que não sabem a cerveja”, sobretudo quando começamos a interessar‑nos pelas diferentes variedades. Você também já provou cervejas aromatizadas, que levam ingredientes distintos para lhes dar um toque especial. Nesta ocasião vamos centrar‑nos nessas referências, ainda mais refrescantes do que as suas homólogas clássicas, pensadas para desfrutar no verão; e vamos tentar responder a uma pergunta: todas são iguais?

Comecemos por um exemplo de cerveja industrial, universal, mais do que conhecida e acessível: Desperados. A popular marca francesa (embora ainda haja quem pense que é mexicana) do grupo Heineken apresenta a sua versão original aromatizada com tequila, mas além disso tem outras três variedades em Espanha: cacto com lima, mojito e margarita com morango. Vejamos, por exemplo, os ingredientes da sua edição mojito: água, malte de cevada, xarope de glicose, açúcar, extrato de lúpulo, regulador de acidez: ácido cítrico, aromatizante (50% de tequila, 14% de extrato de menta, 1% de extrato de lima). Aqui há um monte de ingredientes que não esperaríamos encontrar numa cerveja, mas vejamos o que acontece com outras referências aromatizadas.
Foquemos agora num produto artesanal. Por exemplo, o Limón Serrano dos salmantinos La Bestia Craft Beer, uma “citrus blonde ale”. No rótulo podemos ler os seguintes ingredientes: lúpulo (mandarina bavaria), malte (pilsner, caramel e trigo), além de casca de limão e laranja. Ao contrário da Desperados, esta cerveja artesanal utiliza ingredientes naturais, com o aumento de custos e a dificuldade adicional que isso acarreta para o produto, a fim de obter um resultado autêntico.

Não nos esqueçamos de um clássico da cerveja belga, Blanche de Namur, a witbier de prestígio mundial consolidado elaborada pela Brasserie Du Bocq. Tal como Desperados, é uma cerveja acessível, mas vemos grandes diferenças nos ingredientes: água, malte de cevada, trigo, casca de laranja, semente de coentros, levedura e lúpulo. Contém glúten. Esta cerveja tradicional recebeu o reconhecimento de melhor cerveja branca do mundo em 2009, 2013 e 2014 pelo World Beer Awards
Como vimos, nem todas as cervejas aromatizadas são iguais. Enquanto os produtores artesanais e tradicionais se focam em utilizar ingredientes naturais, a grande indústria opta por xaropes, extratos, reguladores de acidez e aromatizantes. Isso significa que umas são melhores do que outras? Não necessariamente; o que podemos constatar é que se trata de elaborações diferentes, com custos de produção distintos. Agora, cada uma tem o seu momento de consumo.
