Cabeçotes de cerveja para dispensar

Tipos de cabeçotes

Como já comentámos antes, não existe um cabeçote universal para todos os barris, por isso vamos explicar aqui todos os tipos de cabeçotes que temos e qual é o seu uso.

Cabeçote Keykeg

O cabeçote Keykeg desde o seu início ganhou muita força sobretudo no setor da cerveja artesanal; o sistema é muito parecido ao cabeçote tipo G, mas com alguma pequena modificação feita pela empresa KeyKeg para os seus próprios barris. O facto diferencial dos barris Keykeg foi o sistema de bolsa que levam no interior do barril e a outra característica principal é que o barril não é reutilizável. Com o barril KeyKeg acabou-se a limpeza de barris, mas é muito importante seguir os conselhos da empresa para a sua correta reciclagem. Outra particularidade do barril KeyKeg é a sua bolsa interior onde encontramos a cerveja ou qualquer outra bebida; ao levar esta bolsa dentro do próprio barril, dá-nos a possibilidade de substituir o CO2 por um compressor de ar, já que em nenhum momento estará em contacto com a cerveja.

O Pinchador Keykeg vem com válvula de segurança para o caso de haver um excesso de pressão no barril; nesse caso, a válvula de segurança aliviaria a pressão permitindo a sua saída. Os fabricantes dos cabeçotes Keykeg são dois: DSI ou Micro Matic. O pinchador KeyKeg fabricado pela empresa DSI tem sido desde o início o cabeçote mais utilizado pelos utilizadores, mas há alguns anos a Micromatic também fabrica cabeçotes Keykeg; a principal diferença é que, além da válvula de segurança, também vem com despressurizador incorporado para poder esvaziar o barril de ar uma vez terminada a bebida; nos modelos antigos ou da marca DSI o despressurizador vem à parte.

O formato de barril KeyKeg é utilizado sobretudo para cerveja, mas não nos podemos esquecer de que também o podemos encontrar com vinho, cocktail, sidra, kombucha ou café.

Cabeçote tipo A

O cabeçote A é de flange circular, muito utilizado pelas cervejeiras alemãs; é conhecido como o deslizante alemão, já que desliza sobre a face da válvula. Cabeçote por excelência das cervejas de trigo, utilizado pelas fábricas de cerveja Hoegaarden, Paulaner, Spaten, Warsteiner e Weihenstephaner. Conecta-se ao espadim mediante um deslocamento lateral/horizontal.

Cabeçote tipo G

O cabeçote G é o de flange trilobular, muito utilizado em Espanha por grandes cervejeiras. Este sistema deve o seu nome à promotora inglesa Grundy. A face da válvula pode ser pensada como um círculo com três lados cortados. Utilizado pelas fábricas de cerveja Bass, Boddingtons, Caffrey, Anchor Steam e Damm. A conexão do cabeçote com o espadim é realizada girando ligeiramente o cabeçote até fazer tope.

Cabeçote tipo S

O cabeçote S está desenhado para trabalhar com espadins tipo poço ou Sankey, amplamente utilizado em Espanha por grandes cervejeiras. Disponível com 2 ou 3 engates (ergots). Muitas cervejarias europeias utilizam este sistema, também conhecido como European Sankey. Distingue-se por ser mais longo que o tipo D ou American Sankey. Utilizado pelas fábricas de cerveja Heineken, Becks, Amstel, Pilsner Urquell, San Miguel e Cruzcampo. A conexão do cabeçote com o espadim é realizada girando ligeiramente o cabeçote até fazer tope.

Cabeçote tipo D

O cabeçote D está desenhado para trabalhar com espadins tipo americano ou “American Sankey”. É o sistema mais comum disponível nos EUA. Disponível com 2 engates (ergots). Utilizado pelas principais fábricas de cerveja americanas: Anheuser Busch, Miller, Molson Coors e Labatt, assim como pela maioria das cervejarias artesanais americanas. A conexão do cabeçote com o espadim é realizada girando ligeiramente o cabeçote até fazer tope.

Cabeçote tipo U

O cabeçote U é semelhante ao cabeçote S, não sendo intercambiáveis. O uso deste cabeçote em Espanha é pouco frequente, sendo a marca Guinness praticamente a única que o utiliza. Este sistema toma o seu nome da UEC, de fabrico inglês. A conexão do cabeçote com o espadim é realizada girando ligeiramente o cabeçote até fazer tope.

Cabeçote tipo M

O cabeçote M da Micro Matic é de flange circular e está desenhado para trabalhar com espadins M. O corpo é o mesmo que o deslizante alemão, mas a configuração da sonda é única. Utilizado pelas fábricas de cerveja Schneider, Aventinus e Einbecker. Conecta-se ao espadim mediante um deslocamento lateral/horizontal.

Cabeçote Ball-Lock e Pin-Lock

O cabeçote Ball Lock é um cabeçote com bloqueio de bola para barris tipo Cornelius. É composto por um cabeçote para a saída de cerveja (cor preta) e um cabeçote para a entrada de gás no barril (cor branca). Ambos conectores têm uma bocal de encaixe moldada para a válvula do barril. Não há necessidade de chaves para conectar o conector dentado, basta fazer o jogo de encaixe. É o cabeçote por excelência utilizado pelos homebrewers graças à sua fácil limpeza e montagem. No cabeçote de gás é necessário incorporar uma válvula de antirretorno, já que não dispõe da mesma e poderia causar danos no manorreductor ou compressor pela entrada de cerveja no equipamento.

Os cabeçotes do barril Cornelius têm duas variedades que têm o mesmo uso e função: pin-lock e ball-lock, e não são intercambiáveis. Historicamente, os barris de pin-lock foram utilizados principalmente pela Coca-Cola, enquanto os barris de ball-lock foram utilizados principalmente pela Pepsi. Num barril de pin-lock, há postes de metal (pinos) que se estendem horizontalmente ao redor da válvula. Quando o cabeçote está unido, estes pinos mantêm-se no lugar. A válvula "gas-in" tem dois pinos, enquanto a "líquido-out" tem três, pelo que é impossível colocar acidentalmente os cabeçotes invertidos (o que resultaria em dióxido de carbono borbulhando através da bebida, mas sem bebida a sair). Os barris de ball-lock têm ressaltos nos portos, que são agarrados por pequenas bolas de metal nos conectores.

Limpeza e manutenção de cabeçotes

A limpeza dos nossos cabeçotes, tal como acontece com as linhas de cerveja, é fundamental para evitar contaminações e para uma maior durabilidade do cabeçote.

Embora seja verdade que, se utilizarmos o cabeçote para a limpeza das linhas com a tanqueta, já se limpa a parte do êmbolo ou parte interna do cabeçote, de tempos em tempos será necessário limpar individualmente os cabeçotes ou pinchadores de cerveja. Para isso, recomendamos esfregar com a escova limpa-cabeçotes e mergulhá-los em água juntamente com os pós de limpeza TM Clearoxid, uma solução de ácido e oxigénio ativo que limpa e desinfeta os cabeçotes.

Uma vez bem limpos, podemos desmontá-los para adicionar vaselina alimentar no êmbolo; isto garantirá um bom deslizamento para cima e para baixo da alavanca do pinchador.